Defensivos Agrícolas

É muito importante conscientizar o agricultor de que está trabalhando com material tóxico que, por um lado é um auxiliar importante na manutenção da produção, é veneno capaz de prejudicar a sua saúde, a saúde de seus empregados, de seus familiares, de seus animais, e o  que é mais importante, que pode deixar resíduos perigosos em seus produtos, além de muitas vezes contaminar severamente o meio-ambiente. Não só pelo aspecto humano envolvido, mas também pelo aspecto econômico, é importante considerar perdas que isto pode acarretar tanto através dos órgãos de defesa do consumidor como também através de eventuais processos de órgãos do meio-ambiente. É ainda neste plano econômico, produtos produzidos com responsabilidade costumam ser mais valorizado pelo mercado, bem como o uso racional pode tanto reduzir custos por este aspecto como também reduzir a possibilidade de surgimento de pragas resistentes.

As recomendações contidas na Portaria Interministerial MA/MS nº. 220, de 14/03/79, são fundamentalmente importante no emprego do Receituário Agronômico, porque determinam padrões de a rotulagem, orientam o uso seguro e adequado pelos agricultores, facilitam a classificação e a visualização dos produtos conforme o seu grau de  toxidez, e também porque estabelecem a classificação toxicológica, conforme a tabela abaixo:  

Classe Toxicológica Grau de Toxicidade Cor da tarjeta

I

Altamente Tóxico Vermelho Vivo      

II

Medianamente Tóxico Amarelo Intenso  

III

Pouco Tóxico Azul Intenso         

IV

Praticamente não-Tóxico Verde Intenso      

De qualquer forma, de nada adiantam legislação, um registro perfeito, estudos toxicológicos e de resíduos impecáveis, se quando da aplicação não segue as prescrições necessárias e obrigatórias, sem as quais todo  aquele esforço inicial deixa de ter sentido.

Usar dosagens adequadas com aplicação tecnicamente correta, com o uso de EPI (equipamento de proteção individual) adequado e em épocas adequadas, garante que serão mínimos os acidentes de toda a ordem, de forma que possam a ser de uma proporção praticamente não considerável.

Não basta simplesmente seguir o Receituário Agronômico, porque o técnico que prescreve o tratamento não irá acompanhar a aplicação do remédio que receitou; e se esta for mal feita, além da aplicação não produzir os resultados esperados pela descrição, poderá acarretar muitos ou todos os inconvenientes de uma aplicação mal feita.

Como todos os profissionais  técnicos, o Engenheiro Agrônomo tem que estar em contínuo aperfeiçoamento de seus conhecimentos e analisar as ações e produtos que irá prescrever.

O estudo e a experiência fornecem bases para o pré-estabelecimento de soluções. Mas estas não se aplicam nem sempre de forma rigorosa, mas aplica-se sim uma metodologia de estudo do problema. Esta metodologia está ao alcance do Engenheiro Agrônomo, que o assiste nos meios para avaliar o problema e nas tomadas de decisão que irá tomar, o que vai implicar em múltiplas responsabilidade. E, tal como um médico que visa preservar a vida, mesmo que para isso tenha que remover parte dela, o Engenheiro Agrônomo tem o compromisso ético de levar ao produtor a ajuda necessária para incrementar e preservar a sua produção, mas preservando o meio-ambiente que mantém a todos nós, homens, animais, vegetação, enfim, a toda a vida.